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19 janeiro, 2014

Alcoolismo um suicídio lento e doloroso



Meu dia terminou muito triste e estou sem sono, já chorei muito pela sensação ruim de impotência que senti com a esposa ao telefone, porque adoro eles  e sei que vai ser uma batalha… Cada vez que me pergunto o que posso fazer para ajudar se estou tão longe ou o que poderia ser mais rápido e eficaz do que a via crucis que os aguardam, mais chega perto a triste e conhecida conclusão de que a situação dos alcoolistas e de suas famílias é muito, muito difícil.
O alcoolismo não tem cura e é gerado por uma mistura de predisposição genética com ambiente facilitador.Mas tem controle e isto deve ser buscado, muitas pessoas tem histórias belas de superação para contar e embora o caminho seja pedregoso, há esperança sim.
Para o controle é preciso antes de tudo que a pessoa aceite que está doente, busque ajuda e ingresse em algum tipo de terapia de grupo, bem como seja acompanhada por um bom clínico ou por um psiquiatra porque muitas vezes é preciso tomar remédios.
O difícil é retirar a pessoa do ciclo vicioso enquanto ela está, pelo menos sob o seu ponto de vista, funcionando socialmente. Quando parte dos dependentes decide parar de beber já há seqüelas graves ou situação de abandono, porque a família já desistiu de tentar ajudar e lavou as mãos.
Penso que uma das principais barreiras para a pessoa dependente procurar ajuda é a vergonha de sua condição, porque o estigma é forte. Mesmo sem querer as pessoas relacionam o alcoolismo a uma escolha, mas ninguém escolhe ser alcoólatra da mesma forma que ninguém escolhe ser escravo. Aprendi isto na prática com um professor, emagrecido e desnutrido pelo vício, trêmulo e cabisbaixo, que atendi durante uma entrevista longa que certamente foi a melhor aula de alcoolismo que tive a oportunidade de receber na vida.
A dependência é violenta e só sai dela quem tiver uma força de vontade colossal aliada a muito apoio, o que fica difícil quando a família já está cansada e os amigos, no geral, são os amigos de Bar e não são exatamente pessoas com as quais se espera aconselhamento para parar de beber.
O desabafo e o compartilhamento de histórias comuns é muito útil para quem sofre, seja por alcoolismo ou por outro problema. E muitas vezes uma pessoa de fora, mas que tem conhecimento de causa e não tem envolvimento emocional direto com a pessoa, está muito mais apta a dar apoio do que alguém mais próximo por incrível que pareça. Talvez seja por este motivo que muitos grupos de apoio funcionem tão bem, como os grupos de casais, porque só sabe o que são as dificuldades de um casamento quem é casado. O importante é que a pessoa seja ouvida sem ser julgada, e isto é mais fácil de ocorrer quando pessoas mais ‘iguais’ e que sofreram coisas similares estão reunidas.
O pouco que consegui na intervenção de hoje foi que ele admitisse que precisa de um ansiolítico para dormir, mas isto já foi um passo imenso e a caminhada não pode parar.
Então se você tem algum amigo nesta situação, ofereça ajuda antes que ele peça. Telefone, visite, insista, explique que é uma doença, informe-se, leia sobre o assunto porque o pouco que a gente faz vai ser muito, talvez a coisa mais importante que este amigo já recebeu do que sua própria vida, que é tê-la de volta. Uma coisa que você fala pode ser o insight que a pessoa precisa.

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