16 jul. 2009
Pesquisas apontam que a oxitocina, chamada de hormônio do amor, é  fundamental na sustentação de vínculos duradouros. Então quando se ouve  aquele papo de que rolou uma “química” entre as pessoas, saiba que  existe uma explicação científica para essa atração quase irresistível.  Quem explica como tudo isso funciona é a médica fisiologista Cibele  Fabichak.
Causas da relação duradoura
O sexo é  fundamental para a criação e manutenção de um vínculo duradouro. Muitos  estudos mostram que a relação sexual traz uma série de benefícios para o  casal, tais como: melhora a autoestima e o humor, reduz a depressão,  estimula o dar e receber amor e, consequentemente, melhora a vida  conjugal com a aproximação dos parceiros.
Além disso, as pesquisas  têm indicado que um hormônio parecer ser vital na sustentação de  vínculos longevos: a oxitocina, chamada de “hormônio do amor”. No caso  do sexo, ela é liberada em grandes quantidades durante o orgasmo. 
A  oxitocina é uma pequena proteína produzida no cérebro, capaz de  estimular as regiões cerebrais que controlam as emoções (sistema  límbico) e o comportamento social, diminuindo o medo e a ansiedade  iniciais no começo de um relacionamento, por exemplo, além de favorecer a  construção de ligações duradouras entre o casal.
A oxitocina, por sua vez, regula a liberação de outra substância,  chamada dopamina, responsável pela sensação de bem-estar, de prazer e de  recompensa.
“O sexo é importante para manter um casamento  duradouro. Contudo, além dele existem outros elementos que fortalecem,  sustentam e aprofundam um relacionamento. Relacionar-se com o parceiro é  um contínuo e árduo aprendizado. E, perseverar apesar das dificuldades é  comprometer-se não só com o parceiro, mas com o relacionamento também”,  garante Cibele Fabichak.
Dificuldades em manter o relacionamento
Quanto  à “incapacidade” ou dificuldade em manter um relacionamento duradouro,  novamente, diversos elementos entram em jogo (tanto físicos, quanto  psicológicos, culturais, sociais, ambientais, dentre outros). 
Contudo,  um estudo recente (2008) realizado no Instituto Karolinska, na Suécia,  constatou que homens com uma determinada variação genética, cuja  repercussão provocava a redução dos receptores de vasopressina no  cérebro, apresentavam duas vezes mais crises no relacionamento, com ou  sem traições. 
Logo, os pesquisadores concluíram que os homens com  tal variação nos genes realmente têm um comportamento social mais  distante, frio e insensível. Nesses casos, as parceiras também se  queixaram de maior insatisfação no relacionamento.
A  vasopressina é uma pequena proteína produzida no cérebro e, junto com a  oxitocina, está relacionada com a formação de vínculos sociais e de  comportamentos reprodutivos, incluindo o sexual e o parental (entre pais  e filhos).
Cada vez que há sexo, vivências de intimidade e intenso convívio ou o  partilhar de experiências entre o casal, ocorre liberação de oxitocina  (mais na mulher do que no homem) e também de vasopressina (mais no homem  do que na mulher). Consequentemente, há maior atividade de dopamina no  cérebro, especialmente nas regiões de sensação de prazer e recompensa.  Essa repetição de liberação de oxitocina e dopamina reforçam  positivamente a ligação entre os parceiros e os condicionam a buscar  mais sexo, o que contribui para criar uma união forte e estável entre  casal.
Funções fisiológicas dos hormônios
 OXITOCINA  | VASOPRESSINA   | 
| Indução de contato social | Comportamentos sociais positivos | 
| Preferência por um parceiro Vínculo social e parceira  | Seleção por um parceiro Vínculo social e parceria  | 
| Sensação de bem estar e relaxamento Ansiedade Depressão Comportamentos sexuais e relaxamento Memorização (reconhecimento de rostos, por exemplo)  | "Atração" Ansiedade Comportamentos sexuais Atenção, aprendizagem e memória Estímulo do sistema de recompensa do cérebro Agressão Pressão sanguínea* Comportamentos territoriais  | 
esquisas realizadas com casais
Os psicólogos suíços  analisaram a reação de 47 casais adultos heterossexuais que receberam  oxitocina ou placebo intranasalmente (inspirado pelo nariz) antes de  entrar em uma discussão conflituosa no laboratório. A “sessão de briga”  foi gravada em vídeo e todo o comportamento verbal e não-verbal dos  participantes foi codificado.
Foi percebido que, nos casais que  receberam o hormônio, houve um aumento do comportamento de comunicação  positiva em relação ao comportamento negativo e também a redução da  quantidade de cortisol (hormônio liberado em situações de estresse).
Através  dos resultados, foi observado o efeito dos hormônios liberados pelo  corpo em situações críticas de interações sociais, como uma briga de  casal. No futuro, as pesquisas podem garantir tratamentos adequados para  usar essas substâncias a favor de relações afetivas mais satisfatórias.

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