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15 janeiro, 2011

A vida sexual das mulheres


Os desafios da nova geração que ainda
está longe de se satisfazer na cama






Durante muito tempo atribuiu-se à educação rígida e aos severos padrões de comportamento a insatisfação das mulheres com sua vida sexual. Pensava-se que, por serem reprimidas, fingiam orgasmo e tinham dificuldade em atingir o prazer na cama. Pois essa idéia não se sustenta mais. A novíssima geração de mulheres foi criada viajando com os namorados, dormindo na casa deles, conversando com os pais sobre o uso de preservativos e gravidez. E, mesmo assim, elas engrossam as estatísticas sobre a dificuldade de se satisfazer debaixo dos lençóis. De acordo com uma pesquisa do Instituto Vox Populi feita a pedido de VEJA, a maioria das jovens solteiras e casadas já fingiu prazer para agradar a seu parceiro. E mais: grande parte das mulheres delega o controle sobre sua vida sexual ao homem. É ele quem escolhe a hora, o local, a freqüência e mesmo a duração da relação sexual.
Antonio Milena

A empresária Rosana Souza: medo de magoar os namorados


É curioso notar que não se trata de um fenômeno nacional. Levantamentos produzidos na Holanda e nos Estados Unidos – líderes mundiais em estudar o assunto – mostram que 40% das mulheres estão muito insatisfeitas com sua vida sexual. Diante dos dados, indaga-se: afinal, o que impede a mulher de chegar ao prazer? "Em geral, ela própria", afirma a psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, autora da maior pesquisa sobre sexualidade já feita no país. "Até hoje, ela não procura saber o que lhe dá satisfação, não se expõe, não procura entender o que se passa com ela. Ser informada só na teoria é a mesma coisa que nada", diz.
A pesquisa de Carmita Abdo revelou que menos de 10% das jovens sentem prazer no início da vida sexual. A razão é que a maioria, ao contrário dos meninos, ignora os meandros sobre como chegar lá. "É comum ver famílias conversando sobre o uso de preservativos na hora do jantar, mas vai ser difícil achar algum pai ou mãe com coragem para debater a importância das preliminares. Sexo ainda é um supertabu", afirma o psicanalista paulista Ronaldo Pamplona da Costa. Em geral, as fontes de informação continuam sendo os livros especializados em tirar dúvidas sobre sexo e as amigas. Os especialistas dizem que os livros ajudam muito, mas o autoconhecimento e o diálogo com o parceiro são fundamentais na busca da sexualidade.
Nos últimos anos, processaram-se mudanças relevantes e irreversíveis na vida da mulher. Sabe-se que os avanços coletivos, como as conquistas para se igualar aos homens no mercado de trabalho, foram muito mais eficientes que o que se obteve no âmbito individual. A diferença é que, quando se trata de sexo, um assunto particularíssimo, não existe uma postura previsível ou exata. Tudo depende de cada um. Não interessa muito se sua mãe pregou o amor livre ou se foi interna em um colégio de freiras. Dificilmente, nesse departamento, assume-se um comportamento com base no que se leu ou se viu sobre o assunto. É por isso que diante de levantamentos minuciosos sobre o tema é comum deparar com questões aparentemente ultrapassadas.
De acordo com a pesquisa do Vox Populi, a maioria das mulheres diz ficar constrangida quando tem de falar sobre suas preferências com o parceiro, mesmo nos casos de relações estáveis e duradouras. A principal razão, segundo disseram, é o temor de parecer vulgar. "Eu sempre tive vergonha, medo talvez de ouvir a pergunta: 'onde você aprendeu isso?'.", relata a advogada brasiliense Anita Chamma, de 29 anos, que freqüentemente falava de sexo com a família. "Sou ótima teórica. Com os namorados, travo", diz.
É verdade que alguns homens encaram o assunto de forma preconceituosa. "Aquela que experimenta sua sexualidade, que assume seu orgasmo, ganha a alcunha de fácil e outros adjetivos menos elegantes criados por homens e pelas próprias mulheres", afirma a socióloga mineira Agenita Ameno, autora do livroCrítica à Tolice Feminina. A empresária paulista Rosana Martin de Souza, de 29 anos, passou pela experiência algumas vezes. "Já fingi orgasmo muitas vezes. Confessar isso a um namorado poderia ser interpretado como um fracasso dele. Eu nunca quis humilhar ninguém", afirma. É curiosa, se não estarrecedora, a quantidade de mulheres que adotam postura semelhante. Elas preferem passar por cima de sua realização sexual a desagradar ao parceiro. Para o terapeuta paulista Eduardo Ferreira-Santos, do Hospital das Clínicas, isso ocorre por razões que vão da carência feminina por um relacionamento estável ao medo de que, se ele não conseguir agradar-lhe na cama, irá buscar outra para fazê-lo, colocando em risco seu casamento ou namoro.
Outro motivo de frustração acontece quando o homem quer manter uma relação sexual, mas a mulher não. Diante dessa situação, elas dificilmente desapontam os companheiros. Na pesquisa do Vox Populi, as mulheres contam que um eventual "não" da parceira pode funcionar como uma carta branca à traição. "Elas supõem que o companheiro vá pensar que não querem se relacionar porque já se satisfizeram com algum outro", comenta Carmita Abdo. Em sua pesquisa, dentre os 3.000 entrevistados, 70% das mulheres não tomam iniciativa para o sexo e esperam ser abordadas pelo parceiro. "O que está faltando é mais sexo oral, ou seja, mais conversa entre os parceiros", diz Carmita.

Contato Intimo o olhar, o sorriso, os gestos e toque

O ponto de partida de toda a atividade sexual prazerosa é o contato íntimo. O contato, seja no sentido subjetivo – o olhar, o sorriso, os gestos - ou através do toque, significa um encontro com tato...
Lamentavelmente, em nossa cultura o sexo é muito genitalizado; está, ainda, circunscrito à penetração...
Isso acarreta uma vida sexual empobrecida e com pouco prazer. Assim, torna-se fundamental reconhecer a sexualidade como uma expressão lúdica, em que o prazer é parte essencial...
Mas hj temos também o sexo virtual...e nem me refiro a aquele em que se usa a web cam, falo das conversas apimentadas, e das fantasias que são criadas e assim despertando o desejo, e levando muitas pessoas a terem orgamos intensos...mesmo que virtualmente...
A descoberta do sexo como fonte de prazer, implica em ampliar a vivência erótica do contato corporal; saber que a pele é o principal órgão sexual extragenital. Sua exploração levará à descoberta de uma fonte inesgotável de zonas erógenas; sendo, portanto, um componente importante para a experiência do prazer sexual...
Acariciar o corpo de seu (sua) parceiro (a) assemelha-se à uma viagem pelo universo das sensações e, sem dúvida, se constitui um ingrediente básico para uma relação sexual satisfatória. Porém, nem sempre ambos querem a mesma coisa; o que agrada a um, pode não agradar ao outro. Além disso, a intensidade, a rapidez e o tipo do toque geram inúmeras reações, indo do extremamente prazeroso ao desagradável. Assim, para que não aconteça um descompasso, cabe ficar atenta (o) às reações do seu par, e também, aprender a diferença entre parar e prosseguir, rudeza e ternura, performance e afeição... Este é um cuidado, onde a pessoa é tratada como pessoa...
Vale lembrar que o prazer sexual é uma conquista muito recente, principalmente para as mulheres; pois a relação sexual possuía, como único objetivo, a reprodução...
Há alguns poucos anos atrás, uma mulher que expressasse desejo sexual e orgasmo era tida como doente – o orgasmo feminino era classificado como patológico e tratado clinicamente. Hoje o panorama é outro... A partir da liberação sexual, ocorrida nos idos da década de 60, o orgasmo feminino passou a ser uma obrigação; instituiu-se a tirania. Se não tem orgasmo, tem problemas e precisa ser tratada. Claro que existem mulheres anorgásmicas (que não conseguem ter orgasmo), e constitui-se em um problema gerador de muitas angústias. Só que essa obrigação gera tanta ansiedade e medo que a experiência de prazer e/ou o orgasmo ficam muito longe de serem alcançados...
Existem respostas físicas diretas que sinalizam um estado de excitação sexual: a ereção e a lubrificação vaginal. Tais reações são indícios de que o contato está sendo agradável. Contudo, quanto mais tempo for dedicado às carícias, a excitação sexual tende a aumentar, podendo deflagrar o orgasmo.
Mas, o que é o tão falado orgasmo? O orgasmo, em ambos os sexos, envolve duas dimensões:
1.Fisiológica:
Caracteriza-se por contrações rítmicas e involuntárias, em resposta ao incremento máximo da tensão sexual. Apresenta-se como uma descarga de toda a energia sexual acumulada. Tais contrações na mulher, concentram-se mais no clitóris, na vagina, no útero; nos homens, no pênis, na próstata e na vesícula seminal. Contudo, estendem-se por todo o corpo, geralmente, em forma de uma tensão muscular generalizada, acompanhada de taquicardia, sudorese, formigamento e respiração acelerada, deflagrando contrações do tipo convulsivas. Em seguida, surge um relaxamento muitas vezes acompanhado por um alívio e bem estar.
Durante o orgasmo feminino ocorrem contrações pélvicas em intervalos de 0,8 segundos, em média; e pode consistir de 03 até 15 contrações.
A reação orgásmica masculina, envolve uma certa padronização. Ao atingirem um determinado estágio de excitação sexual ocorrerá, invariavelmente, a ejaculação, configurando um reflexo fisiológico – esse momento é chamado de iminência orgásmica.


2. Subjetiva:
Esse aspecto se traduz pelas sensações de prazer, que, por sua vez, são experiências muito individuais e variam, também, conforme a situação.
Nas mulheres, observa-se uma enorme variação, quer na intensidade, duração ou freqüência da experiência orgásmica. A experiência do prazer é muito variada no universo feminino e poderá vir ou não acompanhada pelo orgasmo. Em outras palavras, a mulher poderá não experimentar um orgasmo durante a relação sexual, mas isso não quer dizer que esteve privada de sensações de prazer.
Para os homens, fingir um orgasmo é muito difícil – a ejaculação é a evidência concreta. Mas isso não quer dizer que sempre experimentam orgasmos prazerosos; pois, a experiência de prazer é um aspecto altamente subjetivo, conforme foi mencionado.
Alguns fatores podem influenciar, negativamente, a experiência do prazer sexual. São eles: cansaço físico, ansiedade de desempenho, falta de confiança no parceiro (a), curto espaço de tempo dedicado às carícias preliminares, local não apropriado, pressa, consumo de bebidas e drogas, dificuldade de concentração nas sensações eróticas, dentre outros.
Enfim, para viver a sexualidade em sua plenitude basta que se conheçam as preferências, os desejos e os ritmos de seu par. Deixar o corpo falar. Romper mitos. Deixar de lado a ansiedade em ter um desempenho nota dez. Libertar-se das culpas e dos medos.Permitir-se à entrega. Saborear. “Sair do ar”!