Se dissemos isto a respeito do corpo, o mesmo podemos dizer a respeito do
carácter e da psicologia feminina. Em aspectos como a ternura, a suavidade,
a capacidade de escutar e de mostrar o carinho de maneira imediata e sensível,
o detectar as necessidades do outro, o saber reconhecer aquilo que é peculiar
e próprio de cada pessoa, o aceitá-las como são, o ver as pequenas coisas concretas
que fazem a vida diária agradável, o atender a essas coisas pequenas, que são
tão necessárias para que o lar seja humano e íntimo, em todas estas coisas,
a mulher é muito superior ao homem.
De muitas destas coisas, o homem nem se dá conta. O que para a mulher é fácil
e evidente, para o homem é, muitas vezes, difícil de ver e, ainda que por vezes
o veja, talvez não saiba como fazê-lo ou como exprimi-lo com naturalidade. Basta
pensar na capacidade da mulher para a profissão de enfermeira. Ou perguntarmos
se preferíamos estar num hospital atendido só por enfermeiros ou só por enfermeiras.
Nesta linha, está ainda por aprofundar quais são os factores específicos
que a feminilidade da mulher pode trazer ao desenvolvimento da cultura e da
civilização. Neste momento, a mulher está acedendo cada vez mais ao mercado
do trabalho, mas em condições de inferioridade, porque a luta trava-se, muitas
vezes em campos nos quais o homem tem vantagens. Temos a tarefa urgente de repensar
o papel insubstituível e específico das mulheres na construção da cultura actual,
potenciar os aspectos em que ela é superior ao homem. E então a nossa civilização
dará um grande salto adiante, será muito mais humana.