Tradutor

http://1.bp.blogspot.com/-cTQ6nQS_FEg/T-9PuIglwxI/AAAAAAAABG4/NILfi6iRsc8/s1600/banner-amor.jpg

21 março, 2011

os brasileiros se comportam na cama.

Uma pesquisa exclusiva revela como os brasileiros se comportam na cama. Embora a maioria se ache feliz, há muitos problemas a ser superados

Acaba de ser concluído o mais completo levantamento sobre a vida sexual dos brasileiros. Patrocinada pelos laboratórios Pfizer e coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas, de São Paulo, uma pesquisa nacional recolheu informações de quase 3.000 homens e mulheres entre 18 e 70 anos, de todas as classes sociais. Nesse campo, a última grande sondagem de que se tem notícia foi feita no início da década de 80. Pouco detalhada, ela se concentrava no lugar que o sexo ocupava na escala de valores das pessoas. Em 1999, o Ministério da Saúde coletou dados em 3.600 domicílios. O foco, no entanto, eram os comportamentos de risco e de prevenção da Aids, e não a qualidade da vida sexual. O questionário elaborado pela equipe do Hospital das Clínicas foi bem mais além. A maioria de suas 38 perguntas era de foro para lá de íntimo, com uma linguagem que por vezes beirava o chulo, a fim de facilitar a compreensão. Quem se dispusesse a responder a ele entrava numa cabine fechada, sem ninguém por perto. Depois de preenchido, o questionário era devolvido sem nenhuma identificação. A preocupação com o sigilo teve o objetivo de garantir ao máximo a sinceridade dos pesquisados, num assunto em que cada um tende a exaltar a sua própria performance. Se essa meta foi alcançada? Vamos aos resultados.
Antes de mais nada, a quantidade de relações. A média nacional é de três por semana. O número pode parecer exagerado aos casais que entraram no inevitável período de mornidão, mas ele é pouco maior que o dos Estados Unidos – um país com uma população tão quente do ponto de vista sexual quanto Mickey e Minnie. Bem, pode ser que os americanos sejam os maiores mentirosos do mundo, nunca se sabe... Quanto ao grau de satisfação com a qualidade da vida sexual, 60% das mulheres e 68% dos homens consideram que a sua é muito boa ou ótima. Somados aos que escolheram a opção "regular", essas proporções sobem para 86% e 92%, respectivamente. No que se refere às preliminares, uma surpresa e tanto, pelo menos para quem vive escutando aquelas reclamações no cabeleireiro: 81% das mulheres ativas sexualmente estão contentes com as carícias de que são objeto antes do ato propriamente dito. E mais: 62% dos homens demonstram grande preocupação em satisfazer suas parceiras durante essa fase preparatória. Uma interpretação possível para tais cifras é que elas espelhariam uma mudança de comportamento significativa, fruto da liberação sexual dos anos 70, quando as mulheres começaram a exigir mais prazer na cama e os homens aprenderam que não bastava ir direto ao X, que antes havia um ponto G (o do orgasmo feminino, lembra?).
De 0 a 10, que nota você daria a seu desempenho na alcova? A auto-avaliação feminina atingiu 7. A masculina, 8. Humm... Um cético concluiria que os participantes, principalmente os homens, não foram assim tão sinceros na hora de responder às perguntas. "É natural que as pessoas se superestimem nessa questão, assim como fizeram ao valorizar a qualidade da sua vida sexual. Essa tendência fica clara quando confrontamos as médias obtidas nesses quesitos com os dados menos subjetivos da pesquisa", pondera a psiquiatra Carmita Abdo. De fato, o conjunto dos resultados traz contradições entre o que as pessoas pensam a respeito de si próprias e de seus parceiros e os aspectos mais fisiológicos, por assim dizer, da vida sexual. A falta de orgasmo, por exemplo, continua a afligir as mulheres. Cerca de um terço delas não consegue atingi-lo. A explicação mais plausível para o fato ainda é a mesma do tempo de nossas avós. "A maior parte não tem orgasmo por medo, culpa ou porque o parceiro faz rápido demais, com receio de falhar", afirma a terapeuta sexual Regina Navarro Lins, do Rio de Janeiro. Ou seja, liberou geral, mas nem tanto.


Outro problema predominantemente feminino é a falta de desejo – 35% das mulheres não sentem nenhuma vontade de ter relações. É um número elevado. Do ponto de vista médico, já está mais do que provado, são raros os casos em que essa disfunção é causada por limitações físicas, como o baixo nível do hormônio estrógeno no organismo. Decisivos mesmo na regulagem do apetite sexual da mulher são os fatores psicológicos. No Brasil, acreditam os especialistas, há ainda uma questão cultural que atua como inibidor da libido feminina: a angústia de não corresponder à imagem da mulher dos sonhos, dessas que rebolam na televisão e posam para revistas masculinas. Numa sociedade altamente erotizada no plano da moda e da mídia, que privilegia cada vez mais o "corpão", a cama pode ser o palco de uma tremenda frustração para quem não apresenta medidas próximas das perfeitas. Diante da impossibilidade de exibir esse padrão, o desejo é pouco a pouco reprimido, até sumir de vez – ou transubstanciar-se em neuroses. O curioso é que o barrigão de cerveja não tem o mesmo efeito sobre os homens: apenas 12% deles se queixam de falta de desejo.
A pesquisa confirma a experiência dos consultórios terapêuticos de que muitas mulheres não têm orgasmo porque seus parceiros, com receio de falhar, fazem tudo rápido demais. O medo de perder a ereção na hora H assombra 54% do universo masculino. Não, ele não é infundado. Disfunções como ejaculação precoce e impotência afetam grande parte dos brasileiros. A ejaculação precoce costuma ser um pesadelo para quase a metade dos homens entre 18 e 60 anos. A incidência é maior entre os mais jovens (e, obviamente, mais ansiosos). Se você tem dúvidas a respeito, saiba que existem medidas para determinar o problema: a ejaculação é precoce quando ocorre antes de dois minutos de sexo. Ou quando em 50% das relações ela vem antes que a parceira chegue ao clímax. É claro que se está falando, aqui, de uma mulher sem dificuldades na cama.