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17 março, 2011

Falta de tesão nas mulheres pode ser tratada com hormônios


Cerca de 8% das mulheres por volta dos 25 anos se queixam de falta de desejo sexual ou libido. Este percentual aumenta gradativamente até chegar a 19,5% na faixa de 60 anos ou mais, segundo a pesquisa "Estudo da vida sexual do brasileiro". Para alguns especialistas, a diminuição do desejo entre as mais jovens, ou seja, aquelas que ainda não chegaram ao climatério, está ligada a algum distúrbio hormonal, como hiper ou hipotireoidismo, depressão ou problemas de fundo psicológico. No climatério e, mais tarde, na menopausa, a queixa também é decorrente da queda das taxas de hormônios sexuais. Mas até que ponto o tratamento hormonal resolve? O uso de testosterona na mulher parece ser eficaz, porém é polêmico. 

Em muitos casos, a depressão é o motivo da falta de libido. O problema é que antidepressivos receitados reduzem o desejo sexual. Mesmo assim, é melhor tratar, diz a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (Prosex) do Hospital das Clínicas de São Paulo, que realizou o estudo sobre os hábitos sexuais dos brasileiros:

– A mulher tem que tratar a depressão em detrimento temporário de sua vida sexual. De outro modo, o problema transitório torna-se crônico. Já existem antidepressivos que não interferem na libido.

Na menopausa, Carmita explica que a reposição hormonal pode incluir testosterona tópica ou oral. Mas o hormônio masculino deve se receitado na menor dose e pelo menor tempo necessários.

– Esse tratamento não pode ser generalizado e sempre deve ser acompanhado de estrogênio. Há contra-indicações para o uso de testosterona oral, como câncer e altas taxas de colesterol e triglicerídeos. Em alguns casos indicam-se antidepressivos dopaminérgicos – explica a especialista.

Isso não significa que a terapia resolverá o problema daquelas que não tinham desejo antes da menopausa:

– Não adianta imaginar que ela vai ter um desejo que nunca houve. Nesse caso, a causa anterior à baixa é outra.

A falta de desejo não pode ser avaliada isoladamente. Tampouco devem-se minimizar doenças como diabetes, hipertensão e estresse, que interferem na qualidade da vida sexual ao comprometer o fluxo de sangue na região genital:

– O estresse eleva os níveis de cortisol, que a longo prazo lesa vasos e nervos, assim como outras doenças crônicas. Sem a irrigação satisfatória da vagina, não há lubrificação e, conseqüentemente, a mulher sente dor com a penetração. Ela passa, então, a evitar o sexo.

Os conselhos para quem quer manter a saúde sexual são os mesmos ao cuidar da saúde em geral: praticar exercícios físicos, largar o cigarro e outras drogas, fazer dieta saudável e beber pouco. O ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Júnior, secretário da Comissão dos Estudos em Terapia Sexual do Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática, até receita a testosterona manipulada. Mas com cautela.

– O hormônio não dá vontade de se fazer sexo. Apenas cria um desembaraço para o sexo. O desejo já está lá, potencialmente – explica.

Minoria de casos precisa de remédios
Segundo ele, em 70% dos casos de mulheres até os 35 anos, as causas são psicossomáticas. É preciso também observar os efeitos colaterais de algumas drogas de uso crônico que afetam a libido. A losartana, para controle da hipertensão, é uma alternativa aos anti-hipertensivos que normalmente inibem o desejo.

Já a terapeuta Regina Navarro Lins, autora de "A cama na varanda" (editora Best-seller), põe na conta da monogamia a falta de libido das mulheres.

– Em 35 anos de consultório, pouquíssimas vezes vi uma mulher com disfunção sexual real. Em geral, a falta de desejo é falta de desejo pelo marido. Quase todas têm desejo por outros homens. No primeiro contato com outro, elas ficam excitadíssimas! A única solução nesses casos pode ser uma ruptura, que obriga os dois a se reconquistarem – afirma.