Adolescente estuprada se apaixona e decide casar com o acusado no Piauí
Tamanho da fonte:
Ela tinha 12 anos de idade quando foi estuprada pelo próprio padrasto, biscateiro Edson Silva dos Santos, 31 anos, e continuou sendo abusada sexualmente, pelo mesmo homem, por mais cinco anos. Hoje, a “vítima” tem 17 anos; apaixonou-se pelo acusado que seria o “estuprador” e estão de casamento marcado.
A história digna de um filme de ficção começou quando a doméstica Maria Tânia das Mercês foi abandonada pelo marido Antônio Andrade de Abreu, em Teresina. Resolveu tentar a vida em São Paulo. Levou, a filha única L. F. M., que na época tinha apenas 12 anos.
A doméstica Maria Tânia encontrou o namorado Edson Santos e o colocou dentro de casa. Poucos dias depois, ele estuprou a adolescente, dentro da própria residência, na periferia da capital paulista.
O estupro ocorreu na sala de visitas, no único sofá existente na casa. Daí em diante, foram mais cinco anos de abuso sexual diário. O próprio acusado não se envergonha em contar que todas as tardes, quando a mãe da garota estava no trabalho, ele cometia os abusos.
Passados os cinco anos de escravidão sexual, a mãe de L. F. M. acabou descobrindo o caso. A providência que ela adotou foi mandar a filha de volta para morar com o pai, Antônio Andrade (ex-marido da doméstica), no bairro Macaúba, na zona sul de Teresina.
Poucos dias depois, o homem, acusado de ser o “estuprador”, desembarcou em Teresina. Se dizia apaixonado pela sua “vítima” e dizia que sabia que ela (a menina) também estava apaixonada por ele. Deixou a doméstica Maria Tânia (mãe da garota) em São Paulo.
O pai biológico de L.F.M. ao saber do caso, correu atrás de socorro. Registrou uma queixa na Delegacia da Mulher, no Centro de Teresina.
A audiência foi marcada para sexta-feira 15/02/2008. Na sala da delegada Maria Vilma Alves da Silva, a adolescente, o pai biológico (que registrou a ocorrência), o padrasto, acusado de abusar sexualmente da menina. Todos frente a frente.
Os dois (“vítima e acusado”) não se inibiram e contaram detalhes da história. Pior: ainda disseram que estão apaixonados um pelo outro.
Antônio Andrade não encontrou saída. Olhou para a delegada Vilma Alves. Pensou em pedir abertura do inquérito, mas resolveu fazer a vontade da filha. Agora, o homem que poderia ter ficado preso como sendo o estuprador de uma criança, está de casamento marcado (para o mês de março) com a “vítima”.
O resultado da audiência chocou até a delegada Vilma Alves, que “em todos os meus anos de polícia, nunca tinha visto um caso parecido. A criança foi criada sem nenhum tipo de lazer. Ela acabou vendo naquele homem a figura do prazer. O medo se transforma em afetividade. O pavor se transforma em silêncio e a conseqüência é a impunidade”, observa.