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05 dezembro, 2011

O domínio dos sentidos


Num momento, como o actual, em que é tão grande a carga erótica das modas, meios de comunicação, etc., muitos perguntam-se como manter uma atitude correcta quanto à estética da sexualidade. Convém aqui recordar que ver não é o mesmo que olhar. É inevitável ver muitas coisas que não se deve. O que se pode evitar é olhá-las, reparar nos pormenores, o adoptar essa atitude que contempla os aspectos do objecto apetitoso que o outro apresenta.
Para educar a vista, requer-se um contínuo domínio dos olhos, que rejeite tudo aquilo que vá contra as leis do pudor antes mencionadas. Necessitamos ter uns olhos e uma imaginação treinados a considerar as pessoas como tais não como objectos. Quem se deixa levar pelo atractivo sexual imediato do corpo, cai inevitavelmente numa consideração animal do outro e provoca o disparo do próprio instinto. Quando uma pessoa tem o hábito de deixar-se arrastar pelos olhos, não pode evitar que o seu cérebro tenha uma carga excessiva de erotismo.
O que dizemos dos olhos, pode-se aplicar ao ouvido, ao tacto, etc. Quando algo provoca um disparo da excitação, é necessário evitá-lo, porque se não, cair-se-á inevitavelmente sob o domínio descontrolado do instinto animal. Aqui há que distinguir entre sentir e consentir. Para educar a sensibilidade, a vontade terá que lutar com uma dinâmica que nem sempre domina. Como sucede com o cavalo que ainda não está domado, por vezes o domínio pode realizar-se só distanciando a vontade do que se sente, rejeitando essa resposta fisiológica que não dominamos. Pouco a pouco, este exercício fará com que o nosso corpo esteja cada vez mais educado. Necessitamos educar a nossa própria sexualidade, aprender a viver o nosso próprio corpo e o corpo dos outros como parte duma personalidade espiritual, como expressão duma alma que é capaz de amar e merece ser respeitada.