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14 janeiro, 2011

Orgasmo na velhice






A mulher de terceira idade, entre 61 e 70 anos, que é saudável e tem parceiro fixo, tem vida sexual mais intensa que noutras faixas etárias. Esta é a conclusão de uma pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos de Sexologia e Geriatria de Curitiba, que entrevistou 2.400 mulheres de varias idades e apontou freqüência sexual de até 17 vezes por mês para estas avós que, após a aposentadoria, vivem um renascimento sexual em seus casamentos.

Entre 51 e 60 anos, a vida sexual é menos movimentada: oito relações, em média, por mês. E entre 41 e 50 anos, o índice mensal é de 12,2 vezes. Para a médica Marilene Cristina Vargas, coordenadora da pesquisa e autora do livro ''O manual do orgasmo'', a causa da redução da freqüência sexual entre 50 e 60 anos é a menopausa, que provoca transformações hormonais profundas.

  Mas se a mulher toma remédios para garantir o equilíbrio hormonal, atravessa a menopausa com vida sexual ativa, no mesmo ritmo anterior. Outra descoberta importante: quem tem orgasmos freqüentes envelhece mais devagar - diz a sexóloga.

Ela cita o exemplo da atriz Sophia Loren que, aos 63 anos, mantém a rigidez muscular e o brilho na pele, fazendo tratamento de reposição hormonal. No período da menopausa, segundo Cristina, a reposição de hormônios, complementada com reforço de sais minerais, garante a manutenção da libido e evita dores vaginais, dificuldade de atingir o orgasmo, depressão, calores, apatia e outros sintomas. Além da medicação, a sexóloga recomenda exercícios físicos e o aprendizado do controle da musculatura das paredes internas da vagina.

  Sem vida sexual, a mulher perde a cintura, os glúteos caem, o seio despenca. E o humor vira uma calamidade - acrescenta.

Segundo a pesquisa, as mulheres entre 18 a 30 anos têm freqüência de 16,50 relações sexuais por mês, enquanto que a da faixa entre 31 a 40 é de 10,9 relações.

  A pesquisa demonstra que a mulher não perde a sexualidade com o passar dos anos. Na década de 40, os estudos dos pesquisadores Kinsey e Rischfield apresentavam a mulher idosa como assexuada. Suas necessidades seriam, no máximo, de 26 relações sexuais por ano - lembra a médica.

O andrologista Marcio Sister, especialista em sexualidade da International Society for Impotence Reserch, considerou extremamente improvável que um casal de mais de 60 anos tenha 17 relações sexuais por mês:

  Eu atendi a cerca de quatro mil pacientes em 12 anos de consultório. A maioria dos homens com mais de 60 anos vêm aqui justamente com problemas de impotência. Esta é a idade da descida da serra do homem. Com quem estas mulheres vão ter tantas relações? Não deve ser com o parceiro. O pique sexual do homem e da mulher não é o mesmo depois dos 60. Talvez em intensidade seja possível, porque já estão com os filhos criados, uma vida estável, sem os fantasmas da gravidez, mas freqüência eu duvido.

Já o psicólogo Arnaldo Risman, especialista em sexualidade humana e professor da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati/Uerj), afirma que, apesar das alterações hormonais que ocorrem na menopausa, a mulher não perde a capacidade de sentir desejo nem a capacidade orgástica, podendo até sentir orgasmos múltiplos. Mas alguns fatores interferem neste processo, como o preconceito social e o aspecto psicológico.

Na terceira idade, a mulher se sente menos atraente e incapaz de conquistar um parceiro, gerando assim conflitos emocionais. Outra questão é a falta de parceiro. Devido às mudanças fisiológicas, muitos homens perdem o interesse pelo sexo - diz Risman, um dos autores de "Terceira Idade - um envelhecimento digno para o cidadão do futuro" (Unati), organizado por Renato Veras.

Segundo Marilene Cristina, as mulheres de mais de 40 anos que não entraram na menopausa são as mais realizadas sexual e afetivamente. Nesta fase, o triângulo hormonal que governa o orgasmo (composto dos hormônios estrogênio, progesterona e testosterona) fica mais ativo e a mulher conhece melhor seu corpo, sabe o que quer e já perdeu inibições comuns na primeira etapa da vida sexual.

  Quando a mulher sabe o que quer, o orgasmo vem mais rápido e é mais longo - diz a médica.

A duração do orgasmo tem a ver com o tempo do jogo amoroso e - novamente neste caso - a mulher madura é a que mais se destaca. Segundo Cristina, acima dos 40 anos, geralmente a mulher está estabilizada profissionalmente e busca satisfazer suas necessidades sensoriais de forma objetiva.

  A mulher madura não perde tempo. Ela metabolizou mais rapidamente as mudanças contemporâneas e procura não só gozar como dar prazer a seu parceiro - diz.

Cristina cita ainda uma outra pesquisa, feita em clínicas para tratamentos de distúrbios sexuais, segundo a qual, na população feminina brasileira, 23% declaram não ter desejo e nem orgasmo; 35% se definem como ótimas de cama, com alta freqüência de orgasmos. As 42% restantes se declaram ''regulares'': têm cerca de 50% de relações com orgasmo, em certas fases da vida têm disfunção de desejo e precisam de estímulo para voltar a ter relações sexuais.

  Os problemas que levam à dificuldade de ter orgasmo são tratáveis. Entre eles, estão hérnias de disco, tumores, artrites, varizes vaginais, doenças psíquicas, desequilíbrios hormonais e até defeitos no olfato - diz a médica.

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