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12 julho, 2011

O sexo que eles pedem

A cena clássica na vida de qualquer mulher sexualmente ativa. Chega um momento na intimidade do casal, em geral difícil de encarar mas inevitável, em que o parceiro reivindica sexo anal. Não um pedido simples, como experimentar uma posição exótica, nem se trata da revelação de um fetiche (ele adora beijar cada um dos dedinhos do seu pé).
Mais do que um desejo, fazer sexo anal é uma fixação masculina. O psicólogo Aílton Amélio da Silva, professor de Psicologia Experimental da USP, ouviu cinqüenta homens de 22 a 40 anos. Quarenta deles, ou seja, 80%, apontaram o sexo anal como uma de suas principais fantasias. A maioria (64%) já havia conseguido realizá-la.
Alguns homens mencionam, outros pedem, muitos insistem. Há os que preparam cenários românticos e juram que terão o maior cuidado. Não importa a natureza da abordagem. Quando as coisas andam bem na cama, essa hora chega. E não dá para enrolar o parceiro que pede uma definição, principalmente se ele é carinhoso e empenhado em satisfazer nossos desejos. Algumas mulheres se sentem egoístas por negar esse prazer ao homem. "Não custa tentar pelo menos uma vez", imaginam, antes de ceder.
Quase sempre a experiência não passa de tentativa frustrada, como conta Ricardo*, 32 anos, administrador de empresas, de São Paulo: "Minha namorada e eu nem chegamos à metade. Mal comecei a penetração e ela reclamou que a dor era insuportável. Interrompemos. Depois disso, fazer sexo anal completo se tornou meu maior desejo na cama". Se depender da namorada, a próxima tentativa não virá de jeito nenhum. Renata*, uma microempresária paulistana de 31 anos, não quer ouvir falar do assunto. "Senti dor, vergonha da posição, nojo. Definitivamente, não gostei."
As reações das mulheres
Os sexólogos e pesquisadores Carlos Eduardo Carrion e Lúcia Pesca, de Porto Alegre, entrevistaram 400 mulheres de sete Estados (entre eles São Paulo e Rio de Janeiro). Veja abaixo os resultados:
70% já fizeram sexo anal
10% gostaram
90% não sentiram prazer

Por que os homens adoram?
Por vários motivos que giram em torno de um só — imaginar que o sexo anal é infinitamente mais prazeroso do que o vaginal ou o oral, afirma o sexólogo Gerson Lopes, diretor do setor de sexologia do Hospital Mater Dei, de Belo Horizonte. Veja o que fascina os homens:
Pressão no pênis — Quanto maior a pressão ao redor do pênis, maior a excitação. Como o ânus tem diâmetro menor e menos elasticidade do que a vagina, os homens acreditam que a penetração anal potencializará essa pressão — e, portanto, o prazer. Na prática, nem sempre essa sensação é tão maravilhosa assim, diz o uroginecologista Manoel Girão, da Universidade Federal de São Paulo. Ele afirma que a mulher pode aumentar a pressão no pênis durante o sexo vaginal contraindo a musculatura pélvica: "Dá um incrível prazer ao casal, muito maior do que o atingido com o sexo anal".
Anatomia feminina — Os homens sentem verdadeira adoração pelo corpo bem torneado das mulheres, em especial pelo bumbum. Nada mais óbvio que tenham fantasias eróticas envolvendo essa parte da anatomia feminina, conclui Girão.
Sensação de poder — A posição geralmente usada para o sexo anal (a mulher ajoelhada, de costas para o parceiro) sugere aos homens certa submissão feminina durante o ato. No fundo, isso agrada à maioria deles.
O proibido — Quando se trata de sexo, muita gente acha que quanto mais difícil e "proibido", melhor.
Por que dói tanto?
O ânus não passa pelas mesmas transformações que a vagina nos momentos que antecedem a penetração, explica a ginecologista Yara Moreno Linhares, do Hospital das Clínicas, de São Paulo. Quando a mulher é acariciada e se excita, a vagina se alarga para receber o pênis e produz fluidos vaginais (lubrificantes naturais do corpo), que facilitam a penetração. Na região anal ocorre o oposto — ao primeiro toque o esfíncter (músculo localizado no interior do ânus) se contrai, dificultando a penetração.
Tem jeito de doer menos?
Sim, desde que haja persistência, carinho, confiança mútua e paciência para avançar aos poucos. "Apesar de o ânus não ser tão adequado como a vagina para a penetração, ele pode se adaptar. Porém, lenta e progressivamente. Não é em duas ou três relações que isso vai acontecer", alerta Manoel Girão. Para esse ajuste, há alguns segredos e algumas técnicas:
Uso de lubrificantes — Vendidos em farmácias ou sex shops, os lubrificantes à base de água, como o Preserv Gel, da Blausigel, e o K-Y, da Johnson & Johnson, facilitam a penetração.
Preparação — Segundo a psicóloga Aparecida Favorêto, do Instituto Paulista de Sexualidade, a região anal pode se revelar um ponto extremamente erótico no corpo de qualquer mulher. O ideal é começar a descobri-la com toques e carícias preliminares, para mais tarde — ou numa outra vez — tentar a penetração.
A hora de começar — A mulher precisa estar extremamente excitada. Isso a deixará menos tensa na hora da penetração. Caso contrário, diz o sexólogo Gerson Lopes, quando o ânus tocado pode ocorrer uma contração quase que involuntária das coxas e das nádegas, o que torna tudo mais difícil e doloroso.
Para relaxar — De acordo com os profissionais Gerson Lopes e Aparecida Favorêto, há uma técnica que pode facilitar o desenrolar do sexo anal. Ela foi discutida em um congresso de sexologia na Argentina. Consiste na introdução de um dos dedos no ânus, o que provoca a contração do esfíncter e, nos instantes seguintes, o relaxamento do músculo; esse é o melhor momento para a penetração anal.
Posição — Nem sempre a posição em que a mulher fica de costas, ajoelhada, com as mãos apoiadas na cama, é a mais indicada. Ela deve escolher a maneira mais confortável (por exemplo, deitada de lado ou de barriga para baixo, com os quadris um pouco elevados). "Assim ficará mais relaxada", explica Aparecida Favorêto.
Quais os riscos à saúde?
Como em qualquer modalidade sexual, a maior preocupação está relacionada às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Veja os problemas que podem ocorrer e como se prevenir:
DSTs — Os riscos de contrair doenças sexualmente transmissíveis com o sexo anal são os mesmos oferecidos por qualquer relação sexual praticada sem camisinha. Ou seja, nunca, jamais, em hipótese alguma deixe de colocar preservativo. Quem não usa está sujeito a ser contaminado pelo vírus da Aids ou a contrair doenças como o HPV (Papiloma Vírus Humano), que é caracterizado pelo aparecimento de verrugas genitais e pode levar ao surgimento de câncer do colo do útero, da vagina e da vulva.
Infecções — O pênis pode transportar bactérias que existem na região anal para a vagina, provocando sérias infecções. O cuidado fundamental, segundo o uroginecologista Manoel Girão, é não fazer sexo vaginal depois do anal sem trocar o preservativo. As penetrações alternadas numa mesma relação são proibidas.
Traumatismos — A ginecologista Yara Moreno Linhares alerta para o risco de aparecimento de fissuras no ânus, que vão de leves a grandes. Há ainda casos raros de rompimento da musculatura anal. Esses traumatismos, mesmo que pequenos, favorecem a entrada de vírus e bactérias no organismo. "Caso perceba secreção ou sangramento, procure logo um médico", recomenda.
Hemorróidas — Sexo anal não provoca hemorróidas, mas pode agravar seriamente o quadro de quem já as tem.
Diarréia/gases — Há mulheres que apresentam uma leve diarréia ou incontinência de gases nos dois ou três dias seguintes à relação. Esse desconforto temporário e eventual deve-se à distensão dos músculos do ânus.
Não quero. Devo ceder à insistência dele?
Depende de você. Questione-se sobre o porquê dessa recusa. Você tentou e sentiu dor, morre de medo de experimentar ou teme que o parceiro não atenda a seu apelo de interromper a relação se você pedir? A dor pode até ser contornada. Porém, não há muito o que fazer quanto à insegurança da primeira tentativa ou à confiança no companheiro. "Se você não se sente preparada nem acha que seu parceiro esteja, melhor não tentar", aconselha o sexólogo Gerson Lopes.
Caso a insistência de seu namorado ou marido se transforme em chantagem — a ponto de ameaçá-la com o fim do relacionamento —, encare a verdade: o problema não está em ter ou não relações anais, mas na qualidade de seu envolvimento amoroso. "Há algo de errado fora da cama. Se não conseguirem localizar e resolver a questão, o rompimento pode ser a única saída", argumenta Gerson Lopes. Em resumo, cada pessoa deve fazer apenas o que quer — e se sentir amadurecida o suficiente para isso. Render-se a qualquer prática sexual por pressão do companheiro é uma péssima decisão.


Comentários do Carcereiro
De especial interesse é a informação que somente 10% das mulheres sentiram prazer.
Eu duvido seriamente desse dado. Acho que esse percentual é bem maior, muitissimo maior. Na minha opinião, o que ocorre é que, por razões culturais, as mulheres se NEGAM a expor que realmente gostaram. Duvido que 90% dos homens não saibam fazer uma penetração anal gostosa.
Doenças:
Quanto será que existe de verdade nessa pesquisa e/ou informação sobre a necessidade absoluta de uso de camisinha no sexo anal ? Embora ache que exista um risco potencial, para o homem, de uma infecção, devido a possibilidade de contaminação bacteriana via canal da uretra, tenho relatos onde não aconteceu absolutamente nada.
Penetração alternada, vaginal-anal-vaginal:
Provavelmente existem os mesmos riscos para a saude da mulher que para a saude do homem ao fazer sexo anal sem preservativo.
Acho que a questão é: o quanto vale a pena ariscar, em benefício do tesão ?