Menages, suingues, sexo grupal, casais buscam novas experiências para sair da rotina
ATENÇÃO: ESTE CONTEÚDO POSSUI TEOR SEXUAL E É IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS.
A
manutenção de um relacionamento é quase sempre igual. Um cineminha
aqui, um motelzinho ali, o casal segue jantando fora, comendo pipoca em
frente à TV, comemorando datas especiais e tomando chope com os amigos. A
rotina é praticamente inevitável. Nem o sexo escapa. Por mais que o Kama Sutra garanta
novidades durante um ano inteiro, ninguém está livre de encarar o
pesadelo da monotonia. Agora, se buscar novas experiências pode ser a
saída, fazer do diferente uma rotina é um risco que se corre. Quando
isso acontece, a busca pelo prazer pode se transformar em obsessão e o sexo perder o limite.
Menages e suingues
O
que todo mundo deseja quando se apaixona é ficar pra sempre com a
pessoa e nunca deixar a peteca cair. Com certeza, esse é o maior desafio
de quem quer viver uma relação. Há quem consiga, mantendo um diálogo
aberto e realizando juntos seus fetiches. "Nosso limite
é a concordância, quase sempre prévia, por parte do outro. Usamos
apetrechos, comestíveis ou não, fazemos os nossos filmes pornôs e
criamos algumas historinhas que considero "normais", como sair sem
calcinha e dar uma de Sharon Stone, ele me agarrar na frente das pessoas
para deixá-las constrangidas ou excitadas, essas coisas," descreve a
arquiteta Adriana Moreira.
E a criatividade não pára por
aí. Muito pelo contrário. Passada a excitação inicial dos fetiches
básicos, Adriana e Paulo César passaram a buscar experiências bem mais
intensas. "Combinamos de ter relacionamentos extraconjugais
e depois trocávamos nossas vivências na cama, para atiçar nossa
imaginação. Depois, começamos a transar com outras pessoas, fazendo
'menages e suingues'. Ele me "oferecia" a desconhecidos
para que eles me tocassem. No começo eu tive dificuldade em aceitar,
era esquisito ser ofertada. Achava que ele não gostava de mim. Depois,
peguei as rédeas e passei a escolher os parceiros ou recusar quem não me
interessava e ficou claro que não tinha nada a ver com sentimentos. Aí
deu pra relaxar e aproveitar", confessa.
Sexo em grupo
Varandas e janelas muitas vezes são palcos de exibicionismo,
já que ser observado pode ser um bom ingrediente para acender os
instintos. A secretária Ana Carolina Mendes tinha um relacionamento de
um ano e, apensar de saber que suas relações sexuais estavam muito
acomodadas, não sentia vontade de fazer nada diferente para o namorado.
"Sempre tive mania de trocar de roupa na frente da janela, gosto de
pensar que tem alguém me admirando. E decidi começar a fazer isso com o
Arnaldo. No início ele ficou surpreso, mas hoje em dia curte muito. Há
um tempo fizemos um show na varanda de uma pousada em Arraial D'Ajuda".
Ana
aproveitou o clima da Bahia para dar asas à imaginação. "Estávamos de
férias, relaxados e o astral era propício a doideras. Um dia, depois de
beber todas, fomos dançar, seduzimos e levamos um cara para nosso
quarto. Era um antigo sonho que realizei. Hoje em dia temos o hábito de
sair para azarar e formar grupos para sexo. As coisas
aconteceram naturalmente, nunca planejamos nada, mas para manter esse
tipo de coisa precisa haver muita honestidade na relação", explica Ana,
que se diz feliz por ter alguns parceiros sexuais e pelo namorado, que
se tornou seu maior cúmplice.
Tudo é relativo, até sexo
As teorias em torno do que pode ou não no sexo são bastante
particulares, cada um tem seu limite ou grau de normalidade. O que para
muitos é assustador, seja pela cultura, educação ou pelos próprios
limites, para outros é totalmente normal, ou melhor,
Infelizmente, não é só de aventuras bem-resolvidas e felizes que vivem os relacionamentos. O limite não está na prática do sexo, mas nas consequências que os excessos podem causar se ele virar uma verdadeira obsessão, sem respeito às pessoas envolvidas. Como se diz, a arte imita a vida e um bom exemplo disso é o filme "8 mm", com Nicolas Cage, onde o submundo do sexo pesado dos míticos 'snuffs', filmes pornográficos envolvendo mortes reais, é muito bem retratado. O que começa como uma procura de provas da autenticidade do crime, transforma-se aos poucos numa busca pessoal atrás das razões que levariam alguém a matar por prazer.
Segundo o diretor Joel Schumacher, numa entrevista sobre o universo do filme, nem todo adepto de pornografia é um velho sujo que usa uma capa de chuva. "Faz parte da hipocrisia puritana e dualista que temos na América do Norte, porque queremos ser conhecidos como pessoas que seguem os Dez Mandamentos, religiosos e bons. Mas a pornografia não é só uma aberração ou um desvario de pessoas loucas, é obviamente uma forma de vida", revela.
Essa é uma realidade nociva do sexo sem limite que não acontece somente em filmes Holywoodianos. Fantasias, filmes eróticos, troca de casais serão sempre saudáveis se beneficiarem a relação e se todos os envolvidos estiverem de acordo. "O limite entre o doentio e o normal na fantasia sexual está em ela ser apenas um aditivo e não uma situação 'sine qua non'. O indivíduo que, necessariamente, utiliza a fantasia sexual para liberar a sua sexualidade, está precisando de ajuda, está doente, enquanto aquele que usa esse mesmo sexo sem limites como uma opção de prazer, está sadio, pois com ou sem ela, ele obterá a satisfação", explica o terapeuta sexual Hélio Felippe de Souza. P
Não se pode falar de limite quando o assunto é sexo, algo totalmente pessoal. Mas é bom ficar de antenas ligadas para que esse tempero não passe a ser essencial para a relação. A busca do equilíbrio e do respeito é o grande objetivo de quem quer viver feliz ao lado de outra pessoa.
habitual. "Já fiz de tudo, não tenho o menor preconceito com nada que eu sinta desejo ou que me peçam para fazer. Para mim, o padrão é a vontade consciente de fazer o que quiser, mas com respeito e lealdade. E o limite é a paciência e a tolerância. Quando me permito fazer o 'diferente' com as pessoas certas é legal, saudável e muito gostoso", comenta o professor Edson Pereira.
Infelizmente, não é só de aventuras bem-resolvidas e felizes que vivem os relacionamentos. O limite não está na prática do sexo, mas nas consequências que os excessos podem causar se ele virar uma verdadeira obsessão, sem respeito às pessoas envolvidas. Como se diz, a arte imita a vida e um bom exemplo disso é o filme "8 mm", com Nicolas Cage, onde o submundo do sexo pesado dos míticos 'snuffs', filmes pornográficos envolvendo mortes reais, é muito bem retratado. O que começa como uma procura de provas da autenticidade do crime, transforma-se aos poucos numa busca pessoal atrás das razões que levariam alguém a matar por prazer.
Segundo o diretor Joel Schumacher, numa entrevista sobre o universo do filme, nem todo adepto de pornografia é um velho sujo que usa uma capa de chuva. "Faz parte da hipocrisia puritana e dualista que temos na América do Norte, porque queremos ser conhecidos como pessoas que seguem os Dez Mandamentos, religiosos e bons. Mas a pornografia não é só uma aberração ou um desvario de pessoas loucas, é obviamente uma forma de vida", revela.
Essa é uma realidade nociva do sexo sem limite que não acontece somente em filmes Holywoodianos. Fantasias, filmes eróticos, troca de casais serão sempre saudáveis se beneficiarem a relação e se todos os envolvidos estiverem de acordo. "O limite entre o doentio e o normal na fantasia sexual está em ela ser apenas um aditivo e não uma situação 'sine qua non'. O indivíduo que, necessariamente, utiliza a fantasia sexual para liberar a sua sexualidade, está precisando de ajuda, está doente, enquanto aquele que usa esse mesmo sexo sem limites como uma opção de prazer, está sadio, pois com ou sem ela, ele obterá a satisfação", explica o terapeuta sexual Hélio Felippe de Souza. P
Não se pode falar de limite quando o assunto é sexo, algo totalmente pessoal. Mas é bom ficar de antenas ligadas para que esse tempero não passe a ser essencial para a relação. A busca do equilíbrio e do respeito é o grande objetivo de quem quer viver feliz ao lado de outra pessoa.
habitual. "Já fiz de tudo, não tenho o menor preconceito com nada que eu sinta desejo ou que me peçam para fazer. Para mim, o padrão é a vontade consciente de fazer o que quiser, mas com respeito e lealdade. E o limite é a paciência e a tolerância. Quando me permito fazer o 'diferente' com as pessoas certas é legal, saudável e muito gostoso", comenta o professor Edson Pereira.
Não foi por decadência
do relacionamento que ele partiu para novidades, mas por pura vontade
de realizar os desejos das pessoas envolvidas. "Inovo justamente por
estar bem, até porque não acredito que nada externo salve uma relação,
pois a base é o casal, trio, quadra ou multi. E todas as vezes que se
tornou hábito foi bom e era o que faltava. Não procuro o diferente e sim
o complemento", conclui Edson.