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26 abril, 2011

Práticas sexuais que causam conflitos




Sexo oral e anal são os temas da vez em “Questões do Amor”, coluna de Regina Navarro Lins

18/10/2010 21:31



Relato e comento a seguir dois casos ouvidos em meu consultório. Eles dizem respeito a práticas sexuais que podem gerar conflitos entre o casal.
I) Solange, uma publicitária de 28 anos, namora Arthur há alguns meses. A relação ia muito bem, até que um aspecto da vida sexual passou a atormentá-la. “O Arthur é um ótimo amante, mas nosso único problema é o sexo oral. Ele quer que eu faça nele, mas sempre se esquiva e evita me excitar dessa forma. Isso me frustra e chego a pensar que ele tem nojo de mim. Sei que já está prejudicando nossa relação porque passei a evitar transar com ele.”
Apesar de o sexo oral ser a atividade heterossexual mais praticada antes da cópula, na nossa cultura ele sempre foi condenado, assim como todas as modalidades que não levassem à procriação. Pesquisas indicam que 75% dos casais já experimentaram a estimulação oral-genital, sendo que 40% a usam com alguma frequência. Entretanto, muitas pessoas evitam essa prática sexual ou a utilizam apenas para agradar o parceiro, sentindo-se ansiosas e constrangidas.
Além dos preconceitos morais, existe também a ideia de que o sexo oral-genital não seria uma atividade higiênica, o que carece de fundamento quando a pessoa se lava adequadamente. Na conclusão do estudo sobre a opinião dos homens a respeito da cunilíngua, Shere Hite diz no seu relatório: “Será que as mulheres não são asseadas? Um dos temas mais frequentes sobre a vagina e a vulva está relacionado com o asseio da mulher, ou se ela se lavou recentemente. O fato de tantos homens sentirem desejo de enfatizar esse ponto parece refletir a influência das antigas opiniões patriarcais sobre a sexualidade feminina (e sobre as mulheres) como algo sujo, sórdido, ou não muito bonito”.
II) Rui e Suzana estão namorando há oito meses. Apesar de se gostarem e de sentirem prazer na companhia um do outro, a vida sexual não tem sido satisfatória e sim causa de ressentimentos para ambos. “O problema é que o Rui insiste em praticarmos sexo anal, que eu detesto. Ele não desiste e por isso tenho até evitado ir pra cama com ele”.
Em muitas épocas da história da humanidade o sexo anal foi considerado pecado ou crime. Na França, antes da revolução, essa prática era passível de condenação à morte na guilhotina, e na Inglaterra, no século XVII, era considerada crime contra a natureza, com penas de morte e prisão perpétua.
Mas essa variação já foi muito usada na Antiguidade como método anticoncepcional. Na Mesopotâmia era praticada naturalmente, sendo que entre os assírios chegou a ser elemento de cultos religiosos. Na Roma antiga, na noite de núpcias, os homens se abstinham de tirar a virgindade da noiva em consideração à sua timidez, entretanto, praticavam sexo anal com ela.
Os sexólogos americanos Masters e Johnson afirmam que 43% das mulheres casadas já experimentaram o sexo anal, embora a maioria delas não goste muito dessa atividade. Sem dúvida, são os homens os que mais apreciam a prática, embora algumas mulheres relatem alcançar assim o orgasmo. Em suma, qualquer prática sexual só se justifica se for prazerosa para ambos os parceiros e não por obrigação ou para agradar ao outro. Além disso, é importante lembrar que o sexo anal é a forma mais fácil de transmissão do vírus da AIDS, que é absorvido diretamente pela corrente sanguínea através da mucosa anal. O uso da camisinha é, portanto, imprescindível