“Vivemos hoje uma situação de marketing infantil violento”, avalia a coordenadora da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente, Fernanda Lavarello. “Todos são atingidos por esse fenômeno, quem tem ou não condições financeiras de comprar. O que muda é a estratégia para consumir.
Outro dado que compõe o quadro da exploração, e também contribui para que as garotas sejam responsabilizadas, é o uso de substâncias químicas. Os índices de uso entre as garotas acompanhadas pelos pesquisadores foram mais altos do que os padrões de consumo da população na mesma faixa etária. Entre as exploradas, 88% relataram usar álcool e 36% maconha - em meninas de mesma idade, o porcentual é de 4%, segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
AMIGAS - Mais da metade das garotas envolvidas no mercado de exploração sexual infantil (52%) afirmou que trocar sexo por dinheiro foi uma possibilidade “apresentada” pelas amigas. O “aliciamento” feito pelo grupo foi mais presente, até mesmo, do que a figura do cafetão - citado em 38% dos casos estudados pelo Instituto WCF do Brasil.
A influência das amigas para a entrada no ciclo da exploração sexual se dá mesmo com a presença de parentes na rotina (88% delas têm família). “No entanto, isso não anula a importância da figura do cafetão”, pondera Cerqueira-Santos. “Temos de lembrar que estamos falando de um universo de meninas que é atendido por uma instituição. A presença do aliciador pode ser muito maior na rotina de crianças que nem mesmo conseguem chegar às unidades (acolhedoras)”, afirma a coordenadora de Projetos do Instituto WCF, Anna Flora Werneck.
Fonte: Agência Estado
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