Especialistas em neurociências conseguiram provar que, relativamente ao amor, o cérebro "destrona" o coração. O estudo foi publicado na revista científica Nature Neuroscience.
Investigadores da Universidade da Flórida, nos EUA, analisaram o comportamento de pequenos ratos da pradaria, um dos animais mais parecidos com os humanos no que diz respeito às relações de monogamia. A pesquisa, publicada na revista científica Nature Neuroscience, provou que o amor é definido por dois receptores de dopamina, o D-1 e o D-2.
Para testar as relações de longa duração destes roedores e para porem à prova a sua fidelidade, os cientistas decidiram analisar e manipular estes dois neuroreceptores que, quando activados, produzem a hormona que é libertada para dentro de um núcleo que se situa na região subcortical do cérebro. Em geral, estes neuroreceptores, para além da fidelidade, estão associados à motivação e a comportamentos de dependência.
Brandon Aragona, investigador que liderou a investigação, afirmou, em declarações à revista científica New Scientist, que "a dopamina libertada está associada a uma reorganização do circuito do cérebro que muda a região do cérebro, promovendo a relação" e acrescenta que "o nosso estudo demonstra que o amor está no cérebro e não no coração".
Ao analisarem os receptores de dopamina, os cientistas verificaram que o D-2 é normalmente activado após o primeiro encontro sexual, criando uma forte ligação entre o casal. Por outro lado, o D-1 mostrou actividade após um período de co-habitação, desenvolvendo os comportamentos de agressividade do macho em relação a outras fêmeas.
![]() Foto: Brandon Aragona |
Por outro lado, a activação do D-1 nos machos virgens parece tê-los impedido de se comprometerem após o primeiro encontro. Já o bloqueio do D-1 nos machos que mantinham uma relação de longa duração demonstrou uma redução nos comportamentos de agressividade em relação a outras fêmeas e uma maior abertura para novas relações.
Segundo Brandon Aragona, este foi o primeiro estudo a comprovar que as reacções cerebrais estão directamente relacionadas com a monogamia. Embora os seres humanos possam agir de forma diferente, o cientista refere que "os mecanismos básicos são semelhantes".
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