
O levantamento mostra que o grau de infidelidade varia de uma região para outra. O Rio Grande do Sul é o paraíso dos infiéis, apesar de os gaúchos não terem ficado em primeiro lugar nem no ranking masculino - ocupado pelos baianos - nem no feminino, em que as cariocas são imbatíveis. Na média, no entanto, é esse o Estado onde mais se trai: 60% dos homens e 32% das mulheres já tiveram na mesma época um parceiro fixo e um eventual. O vizinho Paraná está na outra ponta da tabela: 'apenas' 43% dos homens e 19% das mulheres admitiram ter tido uma aventura na vida. O Pará chama a atenção pela discrepância. Ali, 62% dos homens já foram infiéis, comportamento observado em apenas 20% das mulheres. 'Como se trata de uma região onde as pessoas não estão acostumadas a participar de pesquisas sobre a sexualidade, alguns podem estar mentindo por vergonha, outros exagerando para se mostrar viris', diz a psiquiatra Carmita Abdo, professora da Universidade de São Paulo (USP), coordenadora do estudo.
É uma ressalva importante. Quando o assunto é sexo, as pessoas tendem a mentir - seja para se valorizar, seja para se proteger. Duas experiências americanas mostraram que as mulheres admitem ter menos parceiros do que de fato têm ou tiveram, para cumprir expectativas sociais. Foram feitas duas entrevistas. Na primeira, chegou-se a determinado número de amantes. Na segunda, as mulheres foram induzidas a achar que estavam sendo monitoradas por um detector de mentira. Resultado: confessaram praticamente o dobro do número de relacionamentos da primeira entrevista. Fica explicado, assim, por que normalmente não fecham as contas da matemática sexual: enquanto as mulheres tentam minorar o número de amantes, os homens tendem a dar uma exagerada.